Os astrônomos descobriram um quasar distante iluminando uma grande nebulosa de gás difuso, revelando pela primeira vez parte da rede de filamentos que se pensa conectar galáxias em uma teia cósmica.
A imagem é parte de um estudo liderado por pesquisadores da Universidade da Califórnia, em Santa Cruz, e publicado no dia 19 de janeiro na revista científica Nature.
"Este é um objeto muito excepcional: é enorme, pelo menos duas vezes maior que qualquer nebulosa detectada antes, e se estende bem além do ambiente galáctico do quasar", disse o autor do estudo, Sebastiano Cantalupo.
De acordo com o que informou o site da Universidade da Califórnia, de Santa Cruz, esta imagem que você vê acima mostra a nebulosa (em azul) que se estende através de 2 milhões de anos-luz e que foi descoberta em torno do quasar brilhante UM287 (no centro da imagem).
Segundo os astrônomos que fizeram o registro, a radiação energética do quasar faz com que gás intergaláctico circundante brilhe, revelando a morfologia e as propriedades físicas de um filamento da teia cósmica.
Luzes e filamentos:
De acordo com os especialistas em Astronomia, o modelo cosmológico padrão de formação de estruturas do universo prevê que galáxias sejam incorporadas em uma rede cósmica de matéria, sendo que a maioria (cerca de 84%) é matéria escura invisível.
Essa teia com seus filamentos é geralmente vista em simulações computadorizadas da evolução da estrutura do universo, que mostra a distribuição da matéria escura em grandes escalas.
Até agora, no entanto, esses filamentos nunca haviam sido realmente vistos. O gás intergaláctico foi detectado pela sua absorção de luz a partir de fontes luminosas de fundo, mas os resultados não revelam a forma como ele é distribuído. Neste estudo, os pesquisadores detectaram o brilho fluorescente de gás hidrogênio resultante da sua iluminação por intensa radiação do quasar.
"Este quasar é um gás difuso iluminado em escalas bem além de qualquer que já vimos antes, proporcionando-nos a primeira imagem de gás estendida entre as galáxias. Ele fornece uma visão fantástica para a estrutura global do nosso universo", disse o coautor do estudo, J. Xavier Prochaska, professor de Astronomia e Astrofísica da Universidade da Califórnia em Santa Cruz.
"Nós estudamos outros quasares desta forma, sem a detecção de tal gás estendido. A luz do quasar é como um feixe, e, neste caso, tivemos sorte que a ‘lanterna’ esteja apontando na direção da nebulosa, fazendo-a brilhar. Nós pensamos que esta é parte de um filamento que pode ser ainda mais extenso, mas só conseguimos ver a parte que é iluminada pela emissão da radiação do quasar”, disse Cantalupo.
Fonte: MegaCurioso


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